O pinhão entrou no cardápio dos animais do Gramadozoo. O parque recebeu a doação de uma tonelada de pinhas que foram apreendidas pelo 2° Pelotão de Policiamento Militar Ambiental de Canela. Com foco na educação ambiental, o zoo desenvolve a campanha “Segura Pinhão”, que alerta que o período de coleta está autorizado somente a partir de 15 de abril.
Em vida livre, os animais atuam na dispersão das sementes e contribuem para a preservação das araucárias. Segundo a bióloga Tathiana Gosaric de Barros, é fundamental respeitar o prazo legal de extração para que a fauna possa ter acesso ao alimento de forma equilibrada. Imaturo e impróprio para o consumo humano, os pinhões doados ao zoo foram colhidos irregularmente. “O objetivo da campanha é evitar a colheita prematura. O pinhão é importante na cadeia alimentar de várias espécies e, respeitar o prazo, também ajuda na preservação da mata de araucária, que está sofrendo uma drástica redução em suas áreas de ocorrência devido à exploração desordenada”, afirma a bióloga.
REFORÇO CALÓRICO
Com a chegada das temperaturas mais baixas, o alimento vai contribuir no reforço calórico necessário para preparar os bichos para o inverno, garantindo também o sucesso no ciclo reprodutivo de várias espécies na estação seguinte. De acordo com o veterinário Thomas Poulton, responsável técnico do Gramadozoo, o pinhão agrada animais típicos da região Sul do Brasil, como papagaios-charão, gralhas, bugios e ouriços, e também cai no gosto de araras, macacos-barrigudo e outros, que são de clima quente. “O frio requer uma série de cuidados especiais com os animais e a alimentação é um deles, além de ambientes climatizados. Com alto valor nutricional, o pinhão é um dos ingredientes preferidos de aves e primatas”, cita Poulton.
Foto: Halder Ramos